Os Estados Unidos vivem uma mudança drástica no perfil dos milionários em meio a um cenário econômico onde a riqueza parece estar se proliferando.
Há pouco mais de 25 anos, tornar-se milionário era um objetivo inspirado por programas de televisão e tendências culturais. Hoje, essa aspiração tornou-se uma realidade comum para muitos.
De acordo com dados do Federal Reserve divulgados no último ano, o patrimônio líquido médio das famílias americanas ultraou pela primeira vez a marca de 1 milhão de dólares. Isso representa aproximadamente um em cada seis lares no país, conforme estimativas da UBS Wealth Management.
Apesar deste crescimento impressionante, a distribuição da riqueza ainda é desproporcional.
Evolução dos milionários nos EUA
Os milionários eram raros no século XIX, mas a industrialização e a era do _laissez-faire_ no final do século contribuíram para o aumento dos milionários. A Gilded Age foi um marco significativo para esse crescimento.
Em 2022, o número de declarações de impostos com renda superior a 1 milhão de dólares saltou para 805 mil, um aumento notável desde 1950.
Impacto da economia e do crescimento populacional
- Em 1983, existiam 2,4 milhões de lares milionários nos EUA.
- Até 2016, esse número cresceu para 9,1 milhões.
- Hoje, são mais de 20 milhões de lares milionários.
Este aumento exponencial está vinculado não apenas à inflação, mas também ao crescimento de preços de ativos como imóveis e ações.
Os dados indicam que, entre 2020 e 2022, houve um acréscimo de 30% nas declarações de renda com mais de 1 milhão de dólares.
Fontes de riqueza e distribuição geográfica dos milionários
Em 2022, 20% das famílias americanas relataram ter recebido transferências de riqueza. No entanto, para os milionários, essas transferências são apenas uma parte do patrimônio.
Cerca de 40% da riqueza desses indivíduos provém de ações e títulos, enquanto famílias com menor patrimônio concentram-se em bens imóveis.
Décadas atrás, estados rurais como Idaho lideravam em milionários per capita, mas mudanças nos preços agrícolas e imobiliários alteraram esse cenário. Hoje, a maioria deles se concentra nas costas, onde empregos de alta renda e imóveis caros são comuns.
Embora o aumento de milionários seja surpreendente, ainda há uma concentração significativa da riqueza entre os mais ricos. A desigualdade econômica persiste, evidenciando que ser milionário não é sinônimo de estabilidade financeira para todos.